Ele foi escrito em linguagem acessível para todos aqueles que se interessam em saber um pouco sobre a Sociologia e o estudos dos fenômenos sociais.
Um pedacinho da Introdução:
Provavelmente a Sociologia seja uma novidade para você, aluno do Ensino Médio ou de algum curso superior, ou ainda, quem sabe, apenas alguém que abriu este pequeno livro para saber um pouco mais. Iniciamos aqui nossa conversa.
A Sociologia pode estar entrando agora em sua vida, mas a
sociedade está ao seu redor, está dentro de você, e você nela, desde os
primeiros dias de sua infância. Vamos pensar em um exemplo bem comum: você se
comunica com outras pessoas. Mas para que isso aconteça você teve que aprender
um código, uma língua. Ela lhe foi ensinada aos poucos, primeiro no ambiente
familiar, depois também na escola.
O fato de aprender a comunicar-se já é um sinal da presença
da sociedade dentro de você. E você não aprendeu apenas isso, mas também a
vestir-se, alimentar-se de determinada maneira, comportar-se, enfim, uma série
de normas e valores que são sociais, vieram de fora para dentro de você.
Acontece, contudo, que esse processo de aprendizagem ocorre de tal maneira que
aparece a cada um de nós como algo natural, isto é, não social.
Além de percebermos o social como natural, também
vivenciamos as coisas da sociedade como acontecimentos individuais. Em seu dia
a dia, você vai às aulas, faz compras, trabalha, convive com a família e com
amigos, fica irritado, feliz, triste. Cada ser humano percebe e sente sua vida
como algo particular, pessoal.
Entretanto, muitas pessoas vão às aulas, fazem compras,
convivem com famílias e amigos, irritam-se, ficam felizes ou tristes. Você
dirá: é óbvio que é assim. Sim, é óbvio, mas não é dessa maneira que
experimentamos o mundo cotidiano. Nós o vivenciamos como algo pessoal. Estar
desempregado, por exemplo, é algo que traz angústia, insegurança e preocupação.
Se alguém atravessa uma fase assim, não irá pensar no desemprego como um
fenômeno social. Um trabalhador que perdeu o emprego porque aconteceu uma crise
financeira mundial não ficará analisando as razões econômicas e sociais da
crise. Ele terá coisas imediatas com as quais se preocupar.
Quando você tem que enfrentar o cotidiano da escola, no
nível médio ou na faculdade, não irá pensar o tempo todo na estrutura do ensino
ou na relação entre a educação, as transformações no mundo do trabalho e suas consequências
sociais. Quando vai às compras, não tentará estabelecer vínculos entre os meios
de comunicação, a publicidade e os interesses das grandes empresas globais. Ou
seja: nem sempre pensamos sobre aquilo que vivenciamos no dia a dia.
Por outro lado, em algumas ocasiões pode acontecer de você
refletir sobre como as pessoas estão se tornando mais individualistas,
consumistas, ou como, na vida contemporânea, o tempo parece menor. Assistindo
notícias na TV, você pode indignar-se com a violência e a corrupção. Ou seja,
coisas que acontecem na sociedade. Interessar-se por Sociologia é, antes de
tudo, interessar-se pela sociedade. Esse é o primeiro passo.
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